Empresas enfrentam apagão de mão de obra mesmo em meio ao baixo desemprego

Publicado em 19 de novembro de 2025

Empresas brasileiras dos mais diversos setores da economia relatam um “apagão” de mão de obra, especialmente aquela mais qualificada — mesmo num momento em que a taxa de desemprego está na mínima histórica. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desocupação está em 5,6%.

Um dos segmentos mais preocupados é a indústria. Uma sondagem recente divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostrou que 62% das empresas do ramo afirmam ter dificuldade em contratar mão de obra qualificada.

Na visão do setor, o gargalo é exatamente a educação e qualificação do trabalho no Brasil, como indica Felipe Morgado, superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

“Isso é muito puxado pelas novas tecnologias e novos modelos no mercado de trabalho e está relacionado ao novo perfil que as empresas estão buscando: aquele profissional voltado a resolução de problemas complexos", afirma.

"O Brasil tem um problema histórico em que temos um percentual em crescimento, mas ainda baixo, de jovens concluindo o ensino médio com uma formação técnica.”

Segundo o estudo internacional Education at Glance, cerca de 11% dos jovens brasileiros que concluem o ensino médio fazem cursos profissionalizantes. Entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o chamado “clube dos países ricos) o número varia entre 35% e 65%.

O trabalho das instituições de ensino no país, agora, é tentar oferecer aos estudantes qualificações para áreas mais tecnológicas, com maior oferta de vagas e remuneração, para tentar reverter este cenário.

“Criamos programas setoriais, principalmente para segmentos estratégicos, a exemplo da construção civil, fechamos um plano com a CBIC [Câmara Brasileira da Indústria da Construção]; outro para a parte de tecnologia artificial, com a Brasscom, e agora para energia renovável, vestuário e alimentos”, disse o especialista.

Outro dos possíveis motivos para a crise de mão de obra pode ser visualizado ao olhar para o detalhe dos números do IBGE sobre emprego. Desde a pandemia, os trabalhadores vêm trocando mais de trabalho.

Dados compilados pelo pesquisador do FGV Ibre Daniel Duque mostram que em 2018 menos de 12% dos brasileiros trocaram de emprego entre um ano e outro. Em 2022, este número chegou a ultrapassar os 14% e hoje está em 13,7%.

Não só a indústria se queixa deste cenário. O setor de comércio no estado de São Paulo relata dificuldade em encontrar mão de obra e aponta para a rotatividade como vilã.

O tempo médio de permanência no emprego no segmento caiu 7% entre 2015 e 2024, chegando a apenas 26 meses. Em setores como madeira e material de construção, a redução foi de 12%.

“O tempo em anos para uma empresa varejista trocar todo o seu quadro de funcionários, em 2020 era 2 anos e 3 meses. Em 2024, um ano e sete meses. Ou seja, cai drasticamente", disse Kelly Carvalho, economista da FecomercioSP.

Especialistas, empresários e headhunters consultados pela reportagem apontam para um terceiro motivo: a mudança no comportamento dos jovens e a migração para plataformas de trabalho “autônomo”, da chamada nova economia.

“Então o ponto principal é que, como eu tenho no serviço formal uma menor atratividade comparado às outras atividades de serviços informais, trabalhar por projeto, abrir a própria empresa pode parecer mais vantajoso”, disse Gustavo Coimbra, diretor da LHH Brasil, empresa de gestão de talentos.

"Então todo o desenho de atração desses profissionais, de busca de recrutamento de forma geral, tem que ser mais encantador."

Este é o caso de Eduardo Lima de Souza, motorista de aplicativo.

 

“A primeira coisa que me chamou atenção foi a oportunidade de eu adquirir um veículo 0km e através dele ter meu sustento e também trabalhar dentro do horário que eu acho melhor e não ficar trancado em um horário específico. As pessoas que me rodeiam, a preferência delas é autonomia, fazer seu horário, seu salário”, contou.

Fonte: CNN Brasil

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